sábado, 20 de fevereiro de 2010

Simbologia dos Vasos na Bíblia sagrada



"Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós" - 2ª Corintios 4.7.

No original do Novo Testamento a palavra vaso “skênòs”, é usada 22 vezes, umas literalmente, outras em sentido figurado.

Literalmente, no plural, pode referir-se a bens, propriedades, móveis. No singular, é um objeto: um receptáculo, um jarro, um prato, uma ferramenta, um equipamento. Vaso é também um navio.

Neste caso, há uma referência ao navio em que Paulo viajou para Roma, navio esse que veio a naufragar (Atos 27.17). Temos também o vaso que desceu do céu, na visão de Pedro em Jope: "... um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas..." - Atos 10.11.

De tudo isto lemos no Novo Testamento: de vasos de ouro, de prata, de pau, de barro, de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro, de mármore e de marfim. Lemos de vasos jarrões, de vasos móveis, de vasos bens, de vasos navios, de vasos sacos.

Mas há também vasos vivos. Este é o sentido figurado da palavra.

Vejamos:"Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro, uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idóneo para uso do Senhor e preparado para toda a boa obra" - 2ª Timóteo 2.20-21.

Sublinhei alguém será barro, pois aqui já não se trata de vasos como objetos, mas de pessoas que são vasos. Tratando-se duma metáfora, se a quisermos interpretar deveremos perguntar: para que serve? Para que serve um vaso?

Um vaso pode servir só como ornamento, só para ser visto. Mas em termos de utilidade prática, um vaso serve como recipiente, serve para conter algo, seja uma planta, um líquido ou uma jóia. Ora, o texto acabado de citar fala-nos de vasos diferentes, uns honrosos e outros desonrosos. A diferença entre os vasos reside naquilo que eles contêm. Não naquilo que aparentam.


Ao pé da cruz, no Calvário, havia um "…vaso cheio de vinagre…" (João 19.29). Esse vaso bem pode representar uma pessoa (vaso) ácida, cheia de amargura, ou seja, um "vaso de ir", em contraste com um "vaso de misericórdia" que se refere àquelas pessoas que têm dentro delas um tesouro. Esse tesouro é Jesus.


Diz Paulo: "...temos este tesouro em vasos de barro..." (2ª Coríntios 4.6-7.

Vasos de barro são pessoas frágeis, pobres, indignas. Mas pessoas essas que foram purificadas pela aspersão do sangue de Cristo (Hebreus 9.21-22), isto é, regeneradas, promovidas duma situação de vergonha e miséria a uma posição de honra e dignidade.

Estes vasos somos nós, a quem Jesus arrancou da lama, limpou e quer usar. Vasos talvez quebrados em pedaços, por uma vivência destrutiva, mas em que o Senhor reúne os fragmentos (cacos) e reconstitui o vaso, pela ação do Espírito Santo. Ele faz isso por nos amar e para nos usar.

O Senhor tem um propósito a respeito destes vasos que somos nós. Quer que sejamos Seus instrumentos "...para dar a conhecer as riquezas da Sua glória..". - Romanos 9.23-24.

Jesus foi ao encontro de Saulo e transformou a sua vida. Ao falar dele a Ananias, o mesmo Jesus disse: "Vai porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome aos gentios, e aos reis e aos filhos de Israel" - Atos 9.15,18. Para levar, não só para conter ou guardar. Um vaso que leva o Nome de Jesus a outros.

Quando Jesus expulsou os vendilhões do templo, não consentiu que alguém levasse algum vaso dele. Também Ele não quererá que os Seus vasos humanos, Seus servos, sejam roubados, sejam profanados, sejam desviados do fim para que os destinou.

Na parábola da candeia, Jesus disse: "E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso..." - Lucas 8.16.



E que acontece aos vasos-pessoas que Ele chamou a Si, para a Sua obra? Servem para erguer bem alto a luz de Cristo, ou para a tapar? Manifestam-se ousadamente ao lado de Jesus e dos que Ele quer recuperar, quer erguer da miséria e da solidão?

Ou envergonham-se e demitem-se?

Somos vasos. Vasos vivos. Vazios ou ocupados? E se ocupados, o que há dentro de nós? Ódio, amargura, indiferença, acomodação, egoísmo? Somos vasos cheios de nós próprios, vasos de barro cheios de barro? Que, ao contrário, sejamos vasos possuídos e habitados por Jesus, por Ele purificados e usados para ir ao encontro dos cansados e oprimidos, de todo os que sofrem e têm uma existência vazia, levar-lhes a Boa Nova libertadora, o amor activo, como instrumentos de Deus

Figuras e Linguagem da Bíblia

Hermenêeutica

Para entender melhor a Bíblia é preciso compreender o que são as figuras de linguagem e saber diferencia-las num texto.

Símile
É uma comparação expressa. É o típico emprego das expressões: semelhante ou como.

A ênfase é dada sobre algum ponto de similaridade entre as duas idéias expressas. O Sujeito e a coisa com a qual está sendo comparada são mantidos separados para uma melhor compreensão.

Ex:

"Mas, a quem compararei esta geração? É semelhante aos meninos que, sentados nas praças, clamam aos seus companheiros". Mateus 11.16

Metáfora

É uma comparação não expressa. O sujeito e a coisa com a qual é comparada estão entrelaçados. Apesar da comparação entre o sujeito e a coisa se identificarem como uma só, o autor não quer que sejam vistos como literais.

Na metáfora um objeto é assemelhado ao outro, afirmando ser o outro ou falando de si mesmo como se fosse o outro.

É o típico emprego das expressões dos verbos: Ser e Estar.

Ex:

"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte". Mateus 5.14



A metáfora pode ser dividida em:

- Antropopatismo: atribui a Deus, emoções, paixões e desejos humanos. "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." Efésios 4.30

- Antropomorfismo: atribui a Deus membros corporais e atividades físicas. "Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos." Tiago 5.4

Há muita metáfora na descrição de como será o céu no livro de Apocalipse como ruas de ouro, fogo que não se apaga e etc.

Provérbios
Segundo Walter C. Kaiser, os provérbios são "ditos concisos, breves, com um pouco de estimulante e uma pitadinha de sal também". De forma geral têm um único ponto de comparação ou princípio de verdade para comunicar um único pensamento ou comparação que o autor tinha em mente. Por isso passam toda a verdade de um tempo em poucas palavras.

Também podem ser como uma parábola ou alegoria comprimidas e, até mesmo, possuindo as características de ambas.

Ex.:

"Disse-lhes Jesus: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; Tudo o que ouvimos teres feito em Cafarnaum, faze-o também aqui na tua terra." Lucas 4.23

Parábolas
O vocábulo parábola (paraballw) significa colocar algo ao lado de outra coisa e compará-lo. É uma comparação, uma símile ampliada. A comparação é desenvolvida através de uma narrativa entre dois fatos para explicar o que é desconhecido, conhecido e escondido, sempre visando um fim prático. Era um método comum no Oriente.

A parábola exige, somente, corresponder no seu todo com a verdade central que se pretende ensinar. Através desta historieta contada é fornecida uma lição de moral, mostrando assim, através de um fato real, concreto e vivido, a sua surpreendente tendência.

Ela oculta a verdade para os que têm o coração endurecido e contém detalhes da vida real, constituídos de fatos familiares, como se fossem as molduras de um quadro.

Como os judeus tinham o seu coração endurecido, Jesus falava em parábolas e utilizava verdades para confrontá-los mostrando os seus erros. Por isso o importante de uma parábola é descobrir o propósito contido nela.

Toda parábola contém o significado expresso, seja no início, no meio ou no fim. Mas para entendê-la é preciso conhecer todo o contexto envolvido. Não se pode entendê-la só tentando descobrir os detalhes existentes ou atribuindo-lhes alguns. Enfim, é uma historieta narrada que fornece uma lição moral.

Ex.: Mateus 13; Marcos 4.1-33; Lucas 8.4-15; 15.1-32;

Alegoria
É uma metáfora ampliada, onde a comparação não vem expressa e todo o mais se entrelaça: a história e seu significado, a história e a sua aplicação e traz em seu conteúdo a própria interpretação.

É um uso figurativo, com narrativa fictícia e a aplicação de alguma história ou fato que se admite. Geralmente tem diversos pontos de comparação, não necessariamente concentrados ao redor de um núcleo.

Um bom exemplo é a interpretação de Efésios 6.10-17, analisando cada peça da armadura do cristão descrita como algo para a vida prática, tendo como finalidade deixá-lo totalmente armado.

Prosa e Poesia

Na prosa e na poesia encontra-se muito paralelismo, isto é, duas linhas ou membros do mesmo período, na maior parte. Significa que as coisas correspondem às coisas e as palavras às palavras.



- Paralelismo Sinonímico: quando a mesma idéia é repetida em palavras diferentes. A 2a linha de uma estrofe repete o conteúdo da 1a com palavras diferentes. Ex: Jó 5.6; Salmo 24.2; 103.10; Provérbio 6.2

- Paralelismo Antitético: quando a idéia da 2a linha é contrária à da 1a. Ex: Salmo 37.21; Provérbio 14.13

- Paralelismo Sintético, construtivo ou epitético: quando a 2a linha vai além da 1a, completando ou explicando-a. Ex: Salmo 14.2;
O paralelismo pode ser correspondente, quando a 1a linha corresponde à 3a e a 2a à 4a. Ex: Salmo 27.1; ou pode ser cumulativo, quando apresenta uma série de idéias cumulativas e, algumas vezes, conduz a um clímax. Ex: Salmo 1.1; Isaías 55.6,7.

Tipos

As idéias básicas expressas por tipos e seus sinônimos são os conceitos de parecença, semelhança e similaridade.

Os tipos são parecidos com os símbolos e assemelham-se a estes. Os símbolos servem de sinais de algo que representam, sem necessariamente serem semelhantes em qualquer respeito. Já os tipos assemelham-se de uma ou mais forma às coisas que prefiguram. São prefigurações, por isso sempre apontam para o futuro e sempre precedem historicamente ao seu antítipo.

A tipologia busca o vínculo entre as pessoas, eventos históricos ou coisas dentro da história da salvação. Repousa sobre uma compreensão objetiva e da narrativa histórica, por isso não se assemelha a alegoria, Ex: João 3.14,15.

Os tipos contêm três características básicas: há um ponto notável de semelhança ou analogia entre o tipo e seu antítipo, Romanos 5.14-19 - Adão e Cristo; há evidência de que a coisa tipificada representa o tipo que Deus indicou, embora tal afirmação não precisa ser declarada formalmente; há a prefiguração de alguma coisa futura, Ex: o NT é o antítipo do AT.

Os tipos podem ser divididos em 5 classes:

1- Pessoas típicas: aquelas cujas vidas demonstram um importante princípio ou verdade da redenção, Ex: Romanos 5.14 - pecado/salvação;

2- Eventos típicos: possuem uma relação analógica com algum evento posterior. Ex: Mateus 2.17,18 nos dias de Raquel a matança dos filhos é uma tragédia local; Jeremias 31.15 nos dias de Jeremias é uma tragédia nacional; (o ponto em comum é a angústia demonstrada em face de uma perda pessoal e querida);

3- Instituições típicas: são práticas que prefiguram eventos posteriores da salvação, Ex: Levítico 17.11 com I Pedro 1.19 (o sangue dos cordeiros e o de Jesus Cristo);

4- Cargos ou ofícios típicos: Moisés como profeta e Cristo também; Melquisedeque como sacerdote
e Cristo também (Hebreus 5.6);

5- Ações típicas: são ações ou atitudes tomadas por pessoas que prefiguram algo que acontecerá, Ex: Marcos 14.22 Cristo comendo o pão e falando sobre o seu corpo na cruz.
Lúcia Izidoro

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mulher Virtuosa


"Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de jóias preciosas" (Provérbios 31:10).

O Juiz Curry de Nova Orleães, converteu-se ao Senhor Jesus devido a um fato ocorrido quando era ainda bem jovem. Um renomado advogado, ateu, que havia casado com uma mulher cristã, conversando sobre as virtudes da esposa, lhe disse:
"Se eu precisasse me casar novamente, escolheria outra mulher cristã verdadeira. Elas são melhores esposas, melhores mães, melhores amantes que uma incrédula. Se ela for pobre, saberá aguentar as adversidades da vida; se for rica, não terá qualquer preconceito. E ao chegar o fim da existência, se tiver cometido erros, não será pior do que eu sou. E se eu tiver cometido erros, ela será infinitamente melhor. Após ouvir estas palavras, o jovem advogado Curry resolveu ler ele mesmo a Bíblia e, como resultado, teve um grande encontro com Cristo.
A mulher cristã verdadeira age sempre com sensatez e prudência, independente da situação que esteja enfrentando no momento. Distingue-se por ser paciente, amorosa e compreensiva, pois sabe que esta é sua função na edificação do lar e na educação dos filhos.A própria Bíbia nos afirma que:"Casa e fazenda vem como herança dos pais,mas a mulher virtuosa, é dádiva de Deus."
Amor, fé e esperança são companheiras diárias da mulher cristã no seu lar ou em qualquer lugar onde se encontre. E a graça que recebe de Deus a faz companheira ideal para qualquer marido, pois,seja qual for a situação que enfrente, ele encontrará nela a força e o estímulo necessários para alcançar a vitória pretendida.

O mesmo se aplica ao marido cristão que será sempre uma bênção na vida de sua esposa!